O clima político entre o Partido Liberal (PL) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), atingiu ponto de ebulição. Em reação a críticas recentes de Alcolumbre, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, lançou duras ameaças públicas, advertindo que o senador “vai pagar caro” caso não paute o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
A escalada da tensão ocorre após Alcolumbre criticar abertamente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e, reservadamente, o próprio Valdemar Costa Neto durante uma reunião de líderes.
A retaliação de Valdemar
Em entrevista a uma rádio de Minas Gerais, Valdemar Costa Neto elevou o tom e acusou Alcolumbre de atuar em conluio com o Judiciário. “Davi Alcolumbre trabalha para o Supremo, não trabalha para nós. Mas vai pagar caro por causa disso. Vai pagar caro se ele não se comportar como um presidente do Senado tem que se comportar”, declarou o cacique do PL.
Valdemar foi além e vinculou o futuro político de Alcolumbre à pauta da anistia. O dirigente partidário afirmou que a postura do presidente do Senado inviabilizará sua eventual reeleição em 2027 e prometeu obstruir os trabalhos legislativos caso a proposta não avance.
O efeito reverso, segundo aliados de Alcolumbre
Procurado, Davi Alcolumbre optou por não comentar as declarações. No entanto, interlocutores próximos ao senador afirmam que as ameaças são contraproducentes e não surtem efeito sobre o presidente da Casa.
Na avaliação de aliados de Alcolumbre, a ofensiva de Valdemar e Eduardo Bolsonaro tende a gerar o resultado oposto ao desejado pelo PL: aumentar a rejeição no Senado tanto ao projeto de anistia quanto à chamada “PEC da Blindagem”, que visa proteger parlamentares de ações judiciais.